Dia Mundial da Água é celebrado em 22 de março

O Dia Mundial da Água, 22 de março, foi instituído em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de reforçar os debates em torno do recurso tão essencial para a vida. Apenas 2,5% da água na Terra é doce e quase 2/3 desse volume está indisponível para uso imediato, na forma de geleiras ou subsolos congelados, o que requer maior conscientização da sociedade para preservar nascentes e evitar desperdícios.

Consumir de maneira eficiente a água requer ações e métodos inovadores que garantam maior eficiência hídrica das operações dentro de um processo produtivo.

O Dia Mundial da Água em 2025 chama a atenção para a disponibilidade da água em todo o mundo, cenário em que se tornam fundamentais projetos de gestão de água e efluentes. Pouco mais de um quarto da população global não acessa água potável, o equivalente a 2 bilhões de pessoas, de acordo com o World Water Development Report 2023, da ONU (Organização das Nações Unidas). Ao mesmo tempo, 46% dos habitantes do planeta, ou 3,6 bilhões, não têm serviços de saneamento básico. Ainda segundo o estudo, a população urbana global que enfrenta escassez de água deve crescer bastante, eram 930 milhões em 2016, o que já representava um número elevado, podendo chegar a 2,4 bilhões até 2050.

Para 86% dos brasileiros, a poluição das águas é o principal problema global da humanidade, nível superior à média global (64%) e acima de desafios como guerras e conflitos armados (83%) e crise climática (73%), de acordo com a pesquisa Vida Saudável e Sustentável 2023, realizada por Instituto Akatu e GlobeScan.

“O Brasil tem um descomunal desafio de levar água potável aos mais de 200 milhões de cidadãos em todo o país, tratando seus efluentes, além de cuidar como guardião de nossos rios e mananciais. O reaproveitamento da água, uma prática muito importante, mas ainda é pouco relevante, menos de 1% da oferta de água no país provém de reuso de efluentes tratados”, salienta Vininha F. Carvalho, ambientalista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.

Apesar de avanços, principalmente após o Marco Legal do Saneamento, o Brasil ainda enfrenta obstáculos no acesso à água tratada. Dados de 2023 divulgados pela Unicef e OMS indicam que 86% da população brasileira têm acesso à água potável, o que coloca o país na 85ª posição entre 137 países avaliados.

O Unicef destaca um dado preocupante para o país. Mais de 2 milhões de crianças e adolescentes vivem sem acesso adequado à água potável no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada de 2019 (IBGE, 2020), crianças e jovens que moram em áreas sem acesso à rede de distribuição de água e saneamento estão vivendo na pobreza multidimensional. 

Segundo o engenheiro ambiental, Gilson P. Camargo de Souza, pessoas menos escolarizadas atribuem mais a falta de água à escassez de chuvas, enquanto mais escolarizados enfatizam os problemas de gestão. A maioria dos municípios brasileiros sequer dispõe de infraestrutura de drenagem e macrodrenagem para enfrentar as chuvas. É preciso um planejamento de todo o território nacional como forma de garantir a ocupação adequada, mantendo áreas permeáveis de solo.

Apesar da abundância, o Brasil possui em seu território, a maior reserva hidrológica do planeta, cerca de 12%, segundo dados da Agência Nacional de Águas, sem uma gestão sustentável, o acesso da população pode ficar comprometido em um futuro próximo.

No Brasil, cerca de 33 milhões de pessoas vivem sem acesso à água potável, segundo dados do Instituto Trata Brasil. Esse número é equivalente à população da região Sul do Brasil. O Novo Marco Legal do Saneamento Básico estabelece que todas as localidades brasileiras deverão atender 99% da população com acesso à água potável até 2033.

O turismo é um setor que demanda alto consumo de água, desde hospedagens até atividades recreativas. No entanto, com escolhas responsáveis, é possível minimizar esse impacto. “Muitas vezes, não percebemos o quanto nossas ações como turistas influenciam no consumo de água, pequenas mudanças de hábito podem ajudar a preservar esse recurso nos destinos que visitamos”, afirma Lucas Ribeiro, CEO do PlanetaEXO.

“Escolher hospedagens responsáveis, que priorizam experiências que respeitam a natureza são formas eficazes de contribuir para a preservação da água, o engajamento dos viajantes é fundamental para reduzir o impacto ambiental e incentivar boas práticas em hotéis e operadores turísticos”, destaca Ribeiro.

“Todas as pessoas podem contribuir para a manutenção dos recursos hídricos por meio de medidas simples, como a redução do desperdício, a valorização da água como um bem precioso e a participação em ações de conservação em quantidade e qualidade, assegurando um futuro sustentável para as próximas gerações”, finaliza Vininha F. Carvalho.

DINO

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